A vida adulta é muitas vezes vista como o ápice do desenvolvimento emocional, marcado pela capacidade de lidar com desafios e relacionamentos de maneira equilibrada. No entanto, para alguns indivíduos, essa fase da vida pode carregar uma sensação persistente de carência, dependência, vazio e desamparo emocional.
Desde o nascimento, o ser humano é inerentemente dependente do ambiente ao seu redor. Esta dependência inicial, longe de ser uma fragilidade, é vista como uma força de vida que propicia as bases para o desenvolvimento saudável.
Quando o ambiente falha em prover esse suporte afetivo necessário, podem surgir lacunas e deficiências na capacidade do indivíduo de lidar com suas próprias emoções e estabelecer relações gratificantes na vida adulta.
Registros de experiências passadas de falta de apoio emocional, abandono, instabilidade nas relações da infância, padrões familiares que reforçaram a ideia de que o valor e a validação pessoal dependem da aceitação dos outros são alguns fatores que podem levar a buscar, de maneira excessiva, a validação e o apoio emocional de outras pessoas, muitas vezes em detrimento da própria autonomia e bem-estar.
Indivíduos emocionalmente dependentes sentem uma necessidade constante de aprovação e afeto dos outros, muitas vezes sacrificando suas próprias necessidades e desejos para agradar ou manter uma relação amorosa, familiar ou de amizade. Isso pode resultar em uma sensação de vazio e insegurança quando não estão recebendo a atenção desejada.
No entanto, a dependência afetiva não é uma sentença permanente. Superar a dependência emocional na vida adulta é um processo desafiador, mas profundamente gratificante. É uma descoberta da própria força emocional e da capacidade de construir relações significativas e saudáveis.
A terapia busca, então, fornecer um ambiente terapêutico seguro e confiável, onde o paciente pode explorar, compreender e trabalhar suas carências afetivas. Através da relação terapêutica, o indivíduo tem a oportunidade de vivenciar um ambiente emocional de amparo e cuidado, que lhe faltou em algum momento, possibilitando a reparação de feridas emocionais e o desenvolvimento de uma relação mais saudável consigo e consequentemente nas suas demais relações